Como o desporto modifica o nosso cérebro?
Ainda não há evidências científicas suficientes para explicar o poder do exercício contra a patologia mental. No entanto, já foram encontradas evidências de que o apoio social e o compromisso gerados em torno da atividade física podem explicar em grande parte os efeitos observados nas mudanças de humor. Quanto aos mecanismos específicos envolvidos nesse efeito benéfico, aponta-se a hipótese de que alguns dos principais neurotransmissores (substâncias usadas pelos neurónios para se comunicarem) sejam ativados pela atividade física. Seriam as hormonas chamadas de quarteto da felicidade: serotonina, endorfina, oxitocina e dopamina.
Serotonina
A serotonina é a hormona que nos faz sentir bem, confiantes e positivos. Isso significa que, quando os níveis desta hormona estão em baixo, podemos sentir-nos tristes e, mesmo, deprimidos. A prática desportiva promove a sua libertação, envolvendo a superação de desafios e fortalecendo o sentimento de fazer parte de um grupo com o qual nos identificamos. Não surpreendentemente, pessoas com depressão e ansiedade têm níveis muito baixos desta hormona.
Endorfina
A endorfina funciona no cérebro como se fosse um analgésico. Na verdade, é muitas vezes referida como a morfina natural. É secretada com o exercício, promovendo um estado de relaxamento. A sua liberação é especialmente benéfica contra estados de stress e medo.
Dopamina
É o neurotransmissor do prazer por excelência. É secretada quando algo nos estimula ou nos faz sentir bem. No desporto, ajuda em aspetos como a superação de desafios ou a aprovação de outras pessoas, produzem prazer, o que nos impulsiona a continuar praticando desporto.
Ocitocina
É a hormona responsável por equilibrar os vínculos emocionais e afetivos. Com a prática desportiva, estabelecem-se relações interpessoais que favorecem a segregação dessa hormona.