A AFVR concluiu mais um conjunto de ações de formação contínua para treinadores de futebol e futsal. Realizadas por videoconferência, de acordo com autorização extraordinária da FPF e do IPDJ face à pandemia COVID-19, cada uma das seis ações teve a participação de cerca de 450 treinadores, do grau I ao grau IV. O facto de ser por videoconferência alargou o espetro de participantes, que não se limitou a treinadores do distrito de Vila Real e de outros locais próximos, como vinha a verificar-se nas ações presenciais, mas contou também com inúmeros participantes de todos os pontos do País, das ilhas e até do estrangeiro, com destaque para treinadores portugueses e estrangeiros noutros países da Europa, na Ásia, em África e na América do Sul.


A dinâmica que a AFVR apresenta ao nível da formação de treinadores, surpreendeu os muitos treinadores que pela primeira vez participaram numa das suas formações e que fizeram questão de parabenizar efusivamente a estrutura da AFVR pelo trabalho desenvolvido e pela oferta formativa que proporcionam. Ao nível da formação contínua, desde 2014 até hoje, a AFVR já organizou 83h/16,6uc especificas de futebol, 74h/14,8uc de futsal e 45h/9h de componente geral (válida para todas as modalidades). Significa isto, que um treinador de futebol teve a possibilidade de fazer, através da AFVR, 128h/25,6uc para revalidar o seu Título de Treinador e a licença UEFA, sendo que um treinador de futsal também teve essa possibilidade, nomeadamente com 119h/23,8uc. De recordar que cada treinador tem que revalidar o seu TPTD de 5 em 5 anos, através da realização de 50h/10uc de formação contínua, e a sua licença UEFA de 3 em 3 anos, realizando 15h de formação contínua. Em 6 anos, no que à oferta de formação contínua diz respeito, não será fácil encontrar números próximos destes em qualquer outra região do País.


Mas a dinâmica da AFVR na formação de treinadores não é só na formação contínua, mas também na realização de cursos de treinadores UEFA C/Grau I e UEFA B/Grau II. Carlos Soares, diretor técnico regional da AFVR, apresentou-nos números que confirmam esta dinâmica e, de facto, são números que impressionam e que colocam a AFVR na linha da frente a nível nacional, também no que à formação inicial de treinadores diz respeito. “Desde 2013-2014, a AFVR já realizou 10 cursos de futebol UEFA C/Grau I, atendendo a que em algumas épocas tivemos duas turmas em funcionamento, 5 cursos de futebol UEFA B/Grau II, 5 de Futsal UEFA C/Grau I e 2 de futsal UEFA B/Grau II. Desde a nossa entrada, em 2015, que todos os anos abrimos candidaturas para os dois graus de ambas as modalidades e mediante o número de candidatos decidimos avançar ou não com os cursos e, o que é certo, é que desde aí só não conseguimos ter a funcionar ininterruptamente em todas as épocas o curso de futsal UEFA B/Grau II, contudo, em 5 anos conseguirmos ter candidatos para 2 cursos de futsal desse grau é também motivo de referência, se compararmos com a maioria dos outros distritos”.


António José Silva, presidente da AFVR, refere-nos que “de 2013 a 2015 apenas tinha havido 2 cursos de futebol UEFA C/Grau I. Era entendimento da direção que entrou em funções em 2015 que a formação de treinadores era um instrumento poderosíssimo para ajudarmos a desenvolver o futebol e futsal distritais. Decidimos, então, reduzir os preços que vinham a ser praticados até então. Mantivemos no grau I de futebol, pois era um curso que já vinha a ter procura, mas reduzimos 100€ ao futsal grau I e ao grau II de ambas as modalidades”. Outro aspeto importante, segundo o diretor dos cursos, Carlos Soares, foi o apoio da direção para que alguns cursos, nomeadamente de futsal, se realizassem com um número de formandos abaixo do mínimo definido no regulamento. “Os regulamentos dos nossos cursos definem que só se realizam com um mínimo de 20 formandos em cada um. No futsal, com a criação de todos os escalões de formação em 2013, houve um ‘boom’ de equipas e era preciso formar treinadores para as mesmas. Dos 7 cursos de futsal realizados, só em dois tivemos mais de 20 formandos, contudo, e com o apoio da direção, avançamos com todos os cursos de futsal que tinham mais de 12 candidatos, uma vez que não podíamos perder esses candidatos, pois não era garantido que eles viessem fazer o curso numa época futura, sendo que com esse número estava garantida a operacionalização da parte prática, que é algo importante para assegurar a qualidade do curso. Para a nossa realidade ter, no mínimo, 12 novos treinadores de futsal habilitados por época é algo significativo, pelo que não tínhamos como não fazer esta aposta”.

Na presente época 2019-2020, para além dos estágios dos cursos iniciados na época passada, a AFVR tem em funcionamento 4 cursos de treinadores, nomeadamente de futebol UEFA C/Grau I e UEFA B/Grau II e de futsal UEFA C/Grau I e UEFA B/Grau II. O presidente da AFVR, António José Silva, reitera que a aposta na formação de treinadores é para continuar e destaca uma medida que foi tomada esta época e que visa trazer mais mulheres para o treino. “Consideramos importante trazer mais mulheres para o treino, vendo isto também como um fator preponderante para o desenvolvimento do futebol e futsal no feminino. Como forma de incentivo, criamos uma tabela de preços específica para mulheres, com uma redução de taxas que consideramos muito significativa. Com isto, esta é a época em que temos mais mulheres a fazer os nossos cursos de treinadores, 10 no total, quando costumavam ser 3 a 4 por época”.

Se anteriormente a maioria dos formandos eram provenientes de distritos contíguos a Vila Real, a aposta da AFVR na formação de treinadores e no cumprimento da legislação relativa à obrigatoriedade de cada equipa ter um treinador devidamente habilitado, alterou este paradigma. Carlos Soares diz-nos que “a AFVR contínua a ser uma referência de formação para treinadores de distritos vizinhos, contudo, conseguimos inverter os números e neste momento os nossos cursos têm maioritariamente formandos do distrito de Vila Real. Não que a procura pelos formandos de fora tenha diminuído, bem pelo contrário, mas antes porque já começa a ser facilmente entendido pelos agentes desportivos do nosso distrito que quem quer trabalhar como treinador tem que fazer a respetiva formação, pelo que conseguimos aumentar o interesse e procura por parte de potenciais treinadores da nossa área geográfica”.


António José Silva e Carlos Soares não têm dúvidas. “A formação de treinadores da AFVR é hoje reconhecida como uma formação de qualidade, que alia a excelência na organização e o rigor e exigência que devem estar adjacentes ao desempenho da função de treinador desportivo”. Para ambos, este reconhecimento deve-se ao trabalho que direção e gabinete técnico têm desenvolvido nesta área mas, também e não menos importante, à qualidade dos formadores que colaboram com a AFVR nos seus cursos.